29 de dez. de 2010

2001 - Uma Odisséia no Espaço (1968)



Escrever algo sobre 2001 definitivamente não é tarefa fácil, talvez porque, o que seja visto no filme, não possa ser transmitidos através de palavras. E aqueles que acham que eu estou exagerando, certamente ainda não viram o filme ou não entenderam a proposta de Kubrick, que nada mais é do que transmitir para o espectador, uma experiência sensorial única, com grandes imagens e simbolismos, explorando a natureza do homem e sua evolução além até, de nossa imaginação.

Cada cena tem um propósito, nada é em vão e cabe a pessoa que estiver assistindo acompanhar a genialidade e sutileza de Kubrick. Como por exemplo a caneta flutuando na nave, que significa a perda do controle do homem sobre suas ferramentas, as quais sempre o acompanharam no seu processo evolutivo. Como qual os ossos que nossos ancestrais começaram a usar para caçar outros animais.

No filme, Stanley dá um salto de milhões de anos, ou seja do período pré-histórico, até o século XXI, onde o homem parece estar em seu auge, após tantas invenções desde a sua primeira ferramenta e com a ambição de explorar o espaço. O marco deste novo passo do homem é a descoberta de um intrigante e misterioso monolito, há alguns metros da superfície lunar. Por este motivo, um grupo de astronautas são mandados para uma missão em Júpiter com o objetivo de obter respostas sobre o assunto. Este monolito extraterrestre gerador de interpretações, é o elemento chave das três partes do filme.

Nessa viagem, os humanos parecem bebês, reaprendendo a andar, lendo instruções para usar o banheiro, comendo comida por um canudinho e dependendo ainda por cima de sua ferramenta, a mais avançadas delas, o inigualável HAL 9000. Que acaba criando uma dramática disputa com os humanos, que depois de tanto observá-los começa a se questionar o porque de ter que obedecer a seres que segundo ele, são inferiores comparado a sua inteligência. Um terrível embate entre a ferramenta e o homem.

Tudo isto é claro, com uma trilha irretocável, eterna, que faz com que resulte na mais perfeita harmonia entre som e imagens do cinema. Uma linda poesia, que convida a todos, a desfrutar da mais bela odisséia espacial já feita. E de quebra, com efeitos especiais impressionantes para a época e que ainda levantam dúvidas sobre como a produção conseguiu fazê-las, simplesmente brilhante.

É  absolutamente indescritível a sensação que é, assistir a esta obra-prima e o término da mesma, dotada de uma sequência final de fazer o queixo de qualquer um cair devido a grandiosidade da obra e a genialidade e perfeição que Kubrick conseguiu alcançar. E também pelo impacto que isto causou na sétima arte, motivando diversos cineastas e revolucionando o gênero da ficção científica (que era tratada de forma bizarra e humorada) a um outro patamar.

"Todos são livres para especular à vontade sobre o significado filosófico e alegórico de 2001." Stanley Kubrick


NOTA: 10,0

DIRETOR: Stanley Kubrick

ELENCO: Robert Beatty (Dr. Ralph Halvorsen), Sean Gregory Sullivan (Dr. Bill Michaels), Daniel Richter (Moon-Watcher), Richard Woods (Richard Wood), Leonard Rossiter (Dr. Andrei Smyslov), Keir Dullea (Dr. Dave Bowman), Frank Miller (Mission controller), Douglas Rain (HAL 9000), Gary Lockwood (Dr. Frank Poole), William Sylvester (Dr. Heywood R. Floyd), Margaret Tyzack (Elena)


FOTOS:




TRAILER:

3 comentários:

O poder da imaginação no seu ápice.. o/

Filme formidável de um gênio que é o Kubrick!

O Final do filme pra mim ficou sendo a parte mais intrigante de toda a história... li muito artigo na internet pra tentar fundamentar talvez uma ideia de interpretação.
O que deu pra entender sobre aquele feto no espaço, é que numa linha de evolução, somos ainda comparados a um feto, diante da grandeza do universo, porém, estamos à passos contínuos na evolução.
A única coisa que eu não consegui criar uma teoria, foi o item mais importante do filme, aquele obelisco/placa/sona preta, simplesmente ela possui um significado muito amplo, que pode ser tanto subjetivo como objetivo.
Enfim, esse é um filme nota 11, pois toda nossa evolução foi representado apenas por imagem e som, quase descartando diálogo, abrindo um leque de dúvidas, teorias e certezas.

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