Prêmio Cinefiloides 2011/2012

Confira os vencedores do Primeiro Prêmio Cinefiloides!

O Sistema de Tropa de Elite 2

“Eu dei muita porrada em viciado, esculachei muito policial corrupto, mandei um monte de vagabundo para a vala, mas não foi nada pessoal, a sociedade me preparou para isso”

O Relativismo e Etnocentrismo em Avatar

No filme Avatar, o diretor James Cameron leva as telas uma discussão atemporal sobre a diferença cultural de cada povo, afinal...

Planeta dos Macacos: A Origem (2011)

"Planeta dos Macacos: A Origem" consegue unir um bom roteiro com efeitos e sons incríveis, oferecendo ao espectador uma diversão inteligente e...

Trilhas Inesquecíveis (2)

Confira a Trilha de "Na Natureza Selvagem" feita por Eddie Vedder.

Top 10 - Animação

Minha opinião sobre os dez melhores do gênero animação. Confira!

30 de abr. de 2012

"Cine Lupinha" lança o Crítica Honesta


O Cine Lupinha, parceiro do Cinefiloides já há algum tempo, lançou uma iniciativa muito legal chamada Crítica Honesta. Um vlog, o qual em pouco mais de 10 minutos são debatidos pontos importantes sobre a película em questão, a cada semana é uma nova opinião e um novo filme, em uma crítica sincera e bem feita, com o selo de qualidade do Cine Lupinha. Vejam: http://www.youtube.com/playlist?list=PL50A748992433F8EB&feature=edit_ok

E assista agora um dos videos presentes em Crítica Honesta:

17 de mar. de 2012

Prêmio Cinefiloides 2011/2012


 Com tantas premiações no mundo do cinema e opiniões de cinéfilos contrárias aos vencedores das mesmas, nada mais natural, que um blogueiro de cinema tenha vontade de fazer sua própria escolha de ganhadores e suas respectivas categorias. Deste pensamento, foi criado o Primeiro Prêmio Cinefiloides e abaixo você poderá conferir os vencedores. Os filmes elegíveis são os que possuem o ano de produção 2010 ou 2011, portanto Cisne Negro (2010) pôde ser nomeado, assim como A Invenção de Hugo Cabret (2011) por exemplo.


Melhor Filme de Língua Inglesa - Cisne Negro (2010)
Menção Honrosa: A Invenção de Hugo Cabret (2011)

Melhor Diretor – Martin Scorsese (A Invenção de Hugo Cabret, 2011)
Menção Honrosa: Darren Aronofsky (Cisne Negro, 2010)

Melhor Ator – Jean Dujardin (O Artista, 2011)
Menção Honrosa: Colin Firth (O Discurso do Rei, 2010)

Melhor Atriz - Natalie Portman (Cisne Negro, 2010)
Menção Honrosa: Kristen Dunst (Melancolia, 2011), Meryl Streep (A Dama de Ferro, 2011) e Lubna Azabal (Incêndios, 2010)

Melhor Ator Coadjuvante – Christian Bale (O Vencedor, 2010)
Menção Honrosa: Geoffrey Rush (O Discurso do Rei, 2010)

Melhor Atriz Coadjuvante – Chlöe Moretz (A Invenção de Hugo Cabret, 2011, Deixe-me Entrar, 2010 e Kick-ass, 2010)
Menção Honrosa: Berenice Bejo (O Artista, 2011)

Melhor Roteiro Original - Meia-Noite em Paris (2011)
Menção Honrosa: A Separação (2011) e Tropa de Elite 2 (2010)

Melhor Roteiro Adaptado – A Rede Social (2010)
Menção Honrosa: O Escritor Fantasma (2010) e Scott Pilgrim Contra o Mundo (2010)

Melhor Filme de Origem Não-Inglesa - Melancolia (2011)
Menção Honrosa: Tropa de Elite 2 (2010)

Melhor Filme de Animação - Toy Story 3 (2010)
Menção Honrosa: The Secret World of Arrietty (2010)

Melhor Maquiagem: A Dama de Ferro (2011)
Menção Honrosa: Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte II (2011)

Melhor Figurino – O Artista (2011)
Menção Honrosa: A Invenção de Hugo Cabret (2011)

Melhor Efeitos Especiais - A Origem (2010)
Menção Honrosa: Planeta dos Macacos – A Origem (2011)

Melhor Fotografia - A Árvore da Vida (2011)
Menção Honrosa: A Invenção de Hugo Cabret (2011) e Melancolia (2011)

Melhor Som - A Origem (2010)
Menção Honrosa: A Invenção de Hugo Cabret (2011)

Melhor Trilha Sonora Original - O Espião Que Sabia Demais (2011)
Menção Honrosa: O Artista (2011) e A Invenção de Hugo Cabret (2011)

Melhor Direção de Arte - A Invenção de Hugo Cabret (2011)
Menção Honrosa: Melancolia (2011)

Melhor Curta de Animação - The Backwater Gospel (2011)
Menção Honrosa: A Saga de Björn (2011)

Melhor Canção: Arriety’s Song – Cécile Corbel (The Secret World of Arrietty, 2010)
Menção Honrosa: Coeur Volant – Howard Shore (feat. Zaz) (A Invenção de Hugo Cabret, 2011)

Melhor Montagem: Cisne Negro (2010)
Menção Honrosa: A Rede Social (2010)


Top 20: 2011/2012 (em ordem) - Cisne Negro, Melancolia, Tropa de Elite 2, Toy Story 3, A Invenção de Hugo Cabret, Incêndios, The Secret World of Arrietty, Scott Pilgrim Contra o Mundo,  A Origem, O Artista, A Separação, O Mágico, Kick-ass, O Escritor Fantasma, O Homem de Lugar Nenhum, Deixe-me Entrar, Planeta dos Macacos: A Origem, Meia-Noite em Paris, A Rede Social e Ilha do Medo.


Filmes que ficaram pendentes: Fausto, Drive, O Cavalo de Turim, Shame e Toda Forma de Amor.

2 de jan. de 2012

Retrospectiva 2011


O vídeo abaixo relembra 166 filmes que estiveram em exibição no ano de 2011 nos Estados Unidos, portanto, muitos filmes presentes no curta abaixo, não foram lançados no Brasil. Entretanto, vale a pena assistir e relembrar alguns filmes lançados no ano passado, embalado por uma ótima trilha com 6 músicas, que incluem Oasis e John Williams.



Esquecendo 2011, vejam os filmes que irão ser lançados no Brasil em 2012: http://spoilermovies.com/2012/01/01/preview-2012-hollywood/

O Sistema de Tropa de Elite 2



“Eu dei muita porrada em viciado, esculachei muito policial corrupto, mandei um monte de vagabundo para a vala, mas não foi nada pessoal, a sociedade me preparou para isso”. Frase dita pelo Capitão Nascimento no início de Tropa de Elite 2.

A violência sempre foi um dos assuntos mais discutidos dentro de uma sociedade (cujo significado em latim, curiosamente, é “associação amistosa com outros”), entretanto como combatê-la ainda é um mistério. Para começar, nem ao menos temos uma definição precisa, já que um ato violento para um, pode não ser representado desta forma para outros, dependendo da estrutura montada de certo e errado, de uma cultura ou sociedade.

A frase ilustrada no começo deste texto e no filme é um ótimo passo para entender um pouco mais sobre a violência que assola atualmente o Rio de Janeiro. Desde criança, somos preparados pela sociedade para taxar tudo aquilo que é correto e o que não é, de acordo com as características sócio-culturais do lugar. Porém, se nesta região, a desigualdade for um fator já incorporado, as formas como tendemos a aprender sobre aquilo que é justo e injusto, são diferentes. Um exemplo disto é um menino que nasce na favela, convivendo com tiroteios, mortes e a ausência de afeto e um outro garoto que vive entre integrantes da classe média, com educação, amor, carinho e com condições de uma vida melhor. Estes meninos acabam sendo influenciados pelo meio em que vivem, sendo, portanto, mais do que uma questão de escolha e, assim, são lançados em mundos completamente opostos.

“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças” – Charles Darwin. Para se adaptar a estes mundos, uma pessoa acaba por roubar uma outra para poder se alimentar e ter uma vida melhor, se transformar em um policial corrupto, pelo fato de o profissional dessa área ganhar pouco, tornar-se um traficante para obter dinheiro e matar um ser humano para conseguir as coisas que almejam, dentre outras possibilidades.

No caso do Capitão Nascimento no filme Tropa de Elite 2, seu desejo é combater a violência e, para tal, entra no BOPE (Batalhão de Operações Especiais), combatendo o tráfico, a criminalidade. Contudo, o faz de forma alienada, pois não está mudando para aquilo que ele quer alcançar, acabar com a violência, e sim, está fazendo parte dela. O Capitão Nascimento descobre isto quando consegue visualizar o corrompido sistema, impregnado na sociedade atual. Só que para modificá-lo não é fácil, sobretudo porque é muito melhor você mudar os pensamentos de alguém que ainda não tem opinião do que aquele que já possui, mantendo-a como uma verdade absoluta.
As raízes da violência já estão instaladas e cada lado da história, seja a milícia, a polícia, os traficantes, os drogados, dentre outros, são apenas ferramentas de um sistema muito mais complexo que mantém tudo isto.



“Cada cachorro que lamba a sua caceta”. Frase citada pelo Major Rocha no filme.

O individualismo, natural de uma cidade grande, também é um dos grandes fatores que contribuem para a adoção de comportamentos violentos. Tal constatação funciona como uma espécie de impermeabilidade das pessoas no sentido de sentir e se preocupar com os outros em relação aos acontecimentos terríveis do cotidiano, como um garoto subnutrido na rua pedindo esmola ou uma pessoa dormindo em plena calçada, dificilmente você fará algo por eles e às vezes sequer nota e não é egoísmo por parte do indivíduo, é um mecanismo de defesa para não nos manter deprimidos constantemente com as atrocidades do dia a dia.

De certa forma, este individualismo alimenta a indiferença e repulsa entre pessoas, assim como o medo das mesmas em consideração ao desconhecido. Em Tropa de Elite 2, os sujeitos ali presentes, agem por si próprios, não se pode confiar em ninguém, já que o inimigo pode estar ao seu lado. Um exemplo é quando Nascimento, trabalhando para a Secretaria de Segurança Pública do Rio, descobre estar no coração do sistema e se diz cercado por inimigos.



“O Sistema é foda! Ainda vai morrer muito inocente”. Frase citada pelo Capitão Nascimento no final do longa-metragem.

Dentre as diversas críticas presentes no filme, talvez a mais citada seja a forma como a violência é combatida através da ação policial e judicial. Ao longo do filme, este tema é debatido pelo Capitão Nascimento e pelos deputados, Fraga e Fortunato, onde direitos humanos, a fortificação da polícia e a reformulação do sistema são temas em pauta. O interessante é que todos os temas citados deveriam ser implementados na medida certa e não ficar caracterizada como uma disputa de “um cabo de guerra” para a execução de apenas um destes assuntos.

Todavia, mudar algo da forma como ela ora se apresenta é difícil, como mostra o deputado Fraga lutando por seus ideais no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, nos últimos momentos do longa metragem. A solução está na raiz e, portanto, a lógica é começar a modificar por ela e não cortando as folhas, afinal, nascerão outras. E a raiz da violência possui várias ramificações, como a desigualdade, a criação de um ser e as influências deste meio, restando apenas como solução o combate de todas, mas de forma organizada e sistematizada, mesmo que isto demore.


Obs: Texto originalmente feito para um trabalho de Sociologia.

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