A Origem (2010)

Um dos filmes mais esperados do ano, certamente fez valer a expectativa, Chris Nolan nos presenteia com uma obra-prima, a qual o cinema precisava para mostrar que nem todo o blockbuster é ruim ou (e) clichê, mas que também pode ser ousado, original e extremamente ambicioso. Características as quais Nolan conhece bem. 

No filme, DiCaprio é Don Cobb, um especialista em invadir as mentes das pessoas e com isso roubar segredos do subconsciente, principalmente durante o sonho, onde a mente fica mais vulnerável. Porém, cada vez mais em suas missões, Mal (Marion Cotillard), sua esposa, que assombra sua memória, aparece para estragar tudo. Marion, inclusive, está sensacional como sempre, que atuação impecável e não só a dela, Leonardo DiCaprio é um ator já muito mais maduro e que vem entregando excelentes interpretações já há algum tempo e esta, é mais uma delas (uma curiosidade é que o personagem dele neste filme se assemelha um pouco com Teddy Daniels de A Ilha do Medo). Don na realidade possui apenas um objetivo: rever seus filhos que estão em solo americano, o qual ele não pode pisar por uma acusação que tem contra seu nome. E vê a chance de poder visitá-los através de um trabalho que lhe foi oferecido por Saito (Ken Watanabe), só que este serviço não é tão simples, pois se trata de plantar uma ideia dentro da cabeça de uma pessoa, tarefa que é tida como impossível por Arthur (Joseph Gordon-Levitt), mas que Cobb já diz ter sido feita por ele. 

O roteiro é magnífico e abre espaço para diversas opiniões em seu final e não só isso, faz você pensar na complexidade no assunto, nunca sendo confuso. A trilha sonora é nada menos que genial, inspirada em uma única música de Edith Piaf, "Non, Je Ne Regrette Rien" que inclusive toca no filme. O compositor, Hans Zimmer, gosta de dissecar os sons para criar novos, com sons eletrônicos, ele brinca com a mente e suas emoções, trilha perfeita. O elenco está de parabéns, pois nem sempre um grupo com tantos nomes de peso, dá certo. Michael Caine, que já participou de vários filmes do diretor, faz pequenas pontas e todas as vezes em que aparece está ótimo com seu sotaque inglês característico. Ellen Page que não havia feito uma atuação tão boa desde Juno volta a fazer neste, Cilliam Murphy que também trabalhou com Cristhopher Nolan nos filmes do Batman, tem um papel maior desta vez e aproveita muito bem. Joseph Gordon-Levitt está excelente e provou novamente seu talento depois do ótimo (500) Dias com Ela (filme o qual merecia um maior reconhecimento por parte das premiações). Ken Watanabe que possui uma decisão para papéis impressionante(só faz filme bom), também fez uma grande participação como o Sr. Saito. 

"Inception", cujo título no Brasil foi transformado em A Origem pela Warner (por motivos comerciais, nome mais apelativo do que Inserção que seria a tradução livre de Inception) possui efeitos visuais primorosos, que só ajudam na grandiloqüência da história, muito bem orquestrada por Nolan que não só dirigiu, como roteirizou o longa e confirmou de vez, ser um grande diretor (para aqueles que ainda duvidavam). A direção de arte e as cenas perfeitamente fotografadas também funcionam maravilhosamente bem, o que contribui para o visual incrível, que felizmente não se sobrepôs ao roteiro, defeito o qual está presente na maioria dos filmes "blockbusters". 

“What’s the most resilient parasite? An Idea. A single idea from the human mind can build cities. An idea can transform the world and rewrite all the rules. Which is why I have to steal it.” – Cobb

NOTA: 8,5

DIREÇÃO: Christopher Nolan

ELENCO: Leonardo DiCaprio (Cobb), Marion Cotillard (Mal), Joseph Gordon-Levitt (Arthur), Ellen Page (Ariadne), Ken Watanabe (Saito), Cillian Murphy (Fischer), Tom Berenger (Browning), Michael Caine (Professor), Lukas Haas (Nash), Tohoru Masamune (Segurança),  Tom Hardy (Eames)

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